“Eu dei uma sorte imensa de alguém da ABMES ter visto a minha matéria e sugerir minha inscrição! Eu não conhecia a entidade, agradeço imensamente a quem entrou em contato comigo para me informar sobre a premiação.
Sou especialista em macroeconomia e setorista de IBGE na sucursal do Rio da Agência Estado/Estadão. Acompanho e produzo diariamente matérias sobre praticamente todos os indicadores econômicos divulgados pelo IBGE e por órgãos como Ipea e FGV.
Minha tarefa é mostrar o que eles dizem, como essas informações estão relacionadas, o que está acontecendo no país, para onde estamos caminhando. Costumo dar uma atenção especial ao mercado de trabalho porque a Pnad Contínua é uma das pesquisas mais áridas, complexas e interessantes do IBGE. Quando recebi o estudo do Ipea, as informações aparentemente não traziam muita novidade, mas percebi que podia dar uma pegada bacana se cruzasse resultados do mercado de trabalho com estatísticas educacionais. Consultei especialistas, comprovei o que suspeitava, investi num gancho diferente, otimista. Após um longo período de recessão econômica, vocês podem imaginar quantas más notícias publiquei nos últimos anos.
Foi muito gratificante ter a oportunidade de escrever sobre um achado positivo, sobre como a educação transforma a vida das pessoas e a própria sociedade.
A reportagem teve bastante destaque na agência, jornal e portal do Grupo Estado. A repercussão foi bacana, acho que uma boa prova disso foi ter sido selecionada por um júri tão gabaritado quanto o do Prêmio ABMES de Jornalismo. É difícil medir a penetração de uma reportagem, mas é muito importante poder contar uma história que comprova como os investimentos em educação são transformadores para um país.
Nós já ouvimos relatos positivos de lugares distantes, da Coreia do Sul, por exemplo. Mas é importante atentarmos que já está acontecendo aqui no Brasil, do nosso lado, nas nossas casas, e que pode ser maior, que temos que continuar por esse caminho. Algo como: ‘Vejam, está dando certo!’.
Acredito muito que a imprensa tem influência sobre os rumos do Brasil e sobre a vida das pessoas. É uma enorme responsabilidade. Costumo brincar que deveríamos ser sempre de oposição, vigilantes, apontando o que está errado para que possa ser consertado. Mas é dever nosso também mostrar o que está dando certo, prestar serviço, contribuir com o que pode fazer diferença na vida real dos indivíduos. O jornalismo comunitário tem um grande papel nesse sentido.
Confesso que não acompanho muito essa área de premiações. Acho que por ser normalmente porta-voz de más notícias não tenho muita entrada nessas premiações. Posso dizer que adorei a iniciativa de vocês. Vida longa ao Prêmio ABMES de Jornalismo!”
Daniela Regina Amorim é jornalista do Estadão e vencedora na categoria Internet Nacional com a reportagem “Com mais estudo, menos jovens viram domésticas”.